segunda-feira, 3 de maio de 2010

Um Multi Evento convida o Tijucano a projetar a nova Saens Peña

Aniversário da tijuca(2007)

Violão, flauta, atores, cantores e artistas do Espaço Cultural Tocando em Você e de outras instuições marcam encontro com a população tijucana, no dia 7 de maio às 18 horas, na Praça Saens Peña, para a realização de um Evento com atrações variadas em homenagem às mães tijucanas. Neste dia, também, será lançado o ‘marco zero’ da comemoração do centenário da Praça que acontecerá em abril de 2011. Você já pode conferir no blog do Jornal Toque de Arte (jornaltoquedearte.blogspot.com), as propostas para revitalização da Saens Peña, sugeridas pelo nosso Jornal, por personalidades do bairro e internautas. Também em abril, o Grupo Educart, fundador do Espaço Cultural Tocando em Você, vizinho à Praça Saens Peña, completa 23 anos de vida. Desde então, os fundadores do Educart – Regina Célia, Simone, Regina Lucia, Gilvan e Murilo – realizam ampla ação cultural no bairro e na cidade do Rio de Janeiro. O Tocando em Você é a primeira Escola de Arte inclusiva do Estado formado, ainda, por Centro de Terapias Integradas à Arte e Produtora Cultural. As ações democráticas realizadas pelo Espaço Cultural levaram à criação, em 2000, do Instituto Tocando em Você que atende todas as comunidades carentes do entorno, cerca de 300 famílias por semana, gerando impacto social e econômico na circulação de, aproximadamente,1.000 pessoas/semana.
As ações culturais ganham os contornos do lugar onde são implantadas e acabam projetando o bairro, a cidade. A Praça Saens Peña deveria ser um pólo irradiador de cultura, afinal recebe pessoas de todos os lugares do Rio que poderiam deixar de ser apenas ‘passantes’ que utilizam o metrô, se transformando em frequentadores do local, ou melhor, em ‘amigos da Praça’. Nós, do Tocando em Você, sempre pensamos nisso, tanto é que, desde 1990, através dos eventos que realizamos, detectamos a carência e necessidade das pessoas em usufruírem de diversão, arte e informação. Obtivemos sucesso com a festa em homenagem ao aniversário da Tijuca, quando revivemos os tempos das charretes e da boa música. Lançamos a Campanha ‘Muda Tijuca’. Realizamos vários concertos com a Orquestra Tocante transformando a Praça em teatro. Ainda, levamos para a Saens Peña, Coral (1999) e o Projeto Alongando a Vida (2005/2006), com seções de alongamento para idosos. Em 2008, criamos, em parceria com a ACIT, o Projeto Pólo Cultural e Gastronômico da Tijuca quando, a partir de pontos como o Restaurante Cardápio de Verão realizamos apresentações musicais para movimentar e mobilizar público na Praça Saens Peña.
Voltando ao assunto mudanças... Dizem que o sonho que se sonha junto se transforma em realidade. Então, vamos dar voz aos frequentadores da Praça, ao Grupo Educart, às personalidades do bairro e aos representantes dos governos locais.
O grupo Educart se posiciona: “A Praça Saens Peña precisa ser ‘re-vista’ sob o olhar inclusivo do século XXI, integrando o lazer criativo ao fazer cultural e tecnológico”, diz Simone Colucci. “Podendo se tornar pólo irradiador da cultura local para jovens, crianças, adultos e terceira idade”, complementa a pedagoga Regina Célia, Diretora Geral do Grupo. Gilvan Melo que, também, é maestro da Orquestra Tocante recorda, “Em 2001, sugerimos à Região Administrativa e à Secretaria Municipal de Assistência Social, a implementação do Projeto Social Ecos da Praça, voltado para um amplo trabalho social com jovens, aliando técnicas de jardinagem e recuperação do mobiliário urbano”. “Em 2002 e, mais tarde, em 2005, sugerimos à Subprefeitura, a instalação de Concha Acústica com palco e teatro de arena na Praça Saens Peña, além de utilização multifuncional de uma arquibancada que seria ora biblioteca, ora centro digital e de informações turísticas, uma unidade de cidadania”, afirma Regina Lucia.
Autoridades e gente do povo, também demonstram o seu amor pela Saens Peña, se mostrando ansiosos por mudanças.

DEPOIMENTOS

“Gostaria de mudar tudo na Praça, só aproveitaria o lago. Estenderia a Saens Peña até a Rua General Roca, no trecho da Rua Conde de Bonfim até a Desembargador Isidro, e a transformaria em uma rua de serviços, como a que fica em frente ao Shopping 45. Reduziria o trânsito pela metade. A ideia seria transformar a Praça em local para pedestres/consumidores. Os dois sinais de travessia, um em frente a Rua das Flores e o outro na Rua Conde de Bonfim com a General Roca passariam a dar mais tempo para a travessia dos pedestres. Também, deveria haver maior fiscalização para impedir que veículos parem na faixa de pedestres. Ainda, deveríamos pensar de forma ecologicamente correta: captando as águas das chuvas para o lago, para a manutenção dos jardins e para os banheiros biológicos; captando energia solar para a iluminação da própria Praça; as calçadas poderiam ser refeitas com materiais oriundos da reciclagem de pneus. Enfim, seria necessário um projeto paisagístico realizado com mão de obra local, vinda das comunidades carentes do entorno que, por sua vez, estaria gerando renda. Para completar, que tal construir uma grande arena para apresentações culturais de qualidade?”
Jaime Miranda,Vice-Presidente da ACIT

“Eu começaria mudando o acesso à Praça, permitindo que ela ficasse mais integrada à população. Retiraria o gradil e realizaria um projeto paisagístico que fosse além dos jardins. Os eventos culturais deveriam acontecer a todo o momento, como forma de agregar e difundir cultura, democratizando a informação”.
Luiz Gustavo Trotta, Subprefeito da Grande Tijuca

“Acredito que a grande lacuna é a falta de convivência morador/Praça. Vemos o pessoal do carteado, mas aos domingos a Saens Peña está vazia. Acho que a Praça, também, oferece pouca sombra, o que impede que as mães levem seus filhos para brincar no parquinho. O chafariz, que já faz parte da paisagem, poderia ganhar glamour com iluminação colorida. Manifestações culturais contínuas poderiam atrair as pessoas que se tornariam frequentadoras da Praça. Os respiradouros e acessos às plataformas. do metrô deveriam ser mais bem cuidados. Enfim, a Praça merece um trabalho de paisagismo, capaz de valorizá-la, atraindo frequentadores assíduos”.
Nelson Aguiar, Administrador Regional da Tijuca

“Há muito tempo a Saens Peña deixou de ter cara-cterísticas de praça. Ela perdeu esse conceito porque o seu espaço passou a não ser mais utilizado como tal. Daí, a primeira coisa que deveria ser feita para o seu resgate seria torná-la, novamente, uma praça, através de um projeto de paisagismo e urbanismo. Algumas ações seriam importantes, como: a retirada do gradil, benfeitorias no jardim e nos bancos, limpeza e manutenção mais ostensiva do lago. O parquinho também deveria ganhar novos brinquedos e árvores capazes de dar sombra para que as crianças passassem a frequentá-lo. Tornar a Saens Peña uma praça significa favorecer o comercio, ganhar um espaço para diversão e difusão cultural, valorizando os imóveis do entorno. A Saens Peña perdeu a sua alma. Isso não pode continuar porque ela é a principal praça de toda a Zona Norte que, por sua vez, representa para o município, um dos maiores percentuais de renda per capita, volume populacional e voto nas urnas”.
Fabio Carvalho, Diretor Executivo do Jornal Grande Tijuca

“Quando se ouve falar em revitalização da Saens Peña, vem logo a discussão sobre a retirada do gradil. Sou radicalmente contra, pois acho que o gradeamento não interfere, de forma negativa, no comercio, ao contrário, as grades até resguardam a Praça. O importante seria a retirada dos camelôs e dos distribuidores de papeis de propaganda. Hoje, é muito difícil andar na Saens Peña, pois você é abordado a cada segundo. Conversando com um chefe de garis, fiquei sabendo que, diariamente, são feitas seis varreduras na Praça, mas isso não adianta porque a equipe acaba de limpar o local e os próprios passantes sujam o chão. Então, vamos sonhar com a melhoria da limpeza contando com o apoio da população, conservação dos jardins e do lago e arborização da praça, afinal praça sem árvore não é praça, mas um deserto”.
Carlos dos Santos, pesquisador

“Gostaria que toda a estrutura física da Praça fosse melhorada. Apóio os projetos sócio-culturais, mas acho que o mais urgente é a questão segurança. Durante os finais de semana, poderiam ser promovidas atividades culturais na Saens Peña que aumentassem a circulação de pessoas e, com isso, ajudassem a diminuir a violência”.
Deise Raposo. técnica de laboratório, 48 anos

“Gostaria que fossem feitas melhorias no piso da Praça que está cheio de buracos. Nos canteiros e jardins poderiam ser plantadas flores. No lago, mais limpeza para acabar com o mau cheiro. Sugiro que, durante os eventos que venham a acontecer, seja oferecido pula-pula para as crianças e ginástica para os idosos. A sensação de segurança na Praça diminui no final de semana, a solução é um aumento do efetivo policial. A realização de eventos poderia ajudar a contornar este problema”.
Monique Felix, estagiária da Previdência Social, 20 anos

“Agora mesmo a Praça e em boa parte das ruas da Tijuca estão sendo recortadas por valas com obras de uma companhia telefônica. O interessante é que a empresa faz a buraqueira toda e depois tapa as valas de qualquer maneira. Essa companhia deveria deixar tudo como encontrou. Um grande problema da Praça é a grande concentração de ônibus, vans e automóveis. A mudança para melhorar a Praça é estrutural e de educação. Deve começar por baixo com mais linhas do metrô para rua Uruguai, Grajaú. Isso abrandaria o caos do trânsito. Multaria os responsáveis pelas panfletagem e quem jogasse papel no chão. (A polícia e guarda municipal vê tudo e nem sequer repreende o infrator – polícia despreparada). Recolocaria os camelôs alojando-os em local mais apropriado. Retiraria as crianças que dormem e vivem no local, inclusive em portas de bancos, realocando-as em abrigos da Prefeitura como em qualquer país civilizado. Proibiria serviços de auto falante em carros de propaganda. Porque na zona sul não é permitido uma série de coisas e tem tratamento especial e a nossa Tijuca não? É assim que o Rio de Janeiro está preparado para receber turistas e realizar jogos intenacionais, quando o Estado e a Prefeitura não conseguem dar tranqüilidade nem a seus moradores?”.
Rui de Carvalho, Designer e Arttista Plástico

“Gostaria de assistir ações de paisagismo, como a melhoria dos jardins da Praça. Também, a manutenção e limpeza do lago. Um maior número de brinquedos para as crianças. O fator segurança é fundamental, assim como as atividades culturais e de lazer para as crianças, uma vez que já existem atividades para idosos.
Sr. Célio, há 8 anos, comerciante na Praça Saens Peña

“Sugiro que as pessoas respeitem mais a praça e parem de sujá-la. Canteiros e jardins podem receber tratamento adequado. Acho que o lago deveria ser limpo e os banhos, dentro dele, proibidos. Os brinquedos do parquinho poderiam ser reformados. Sugiro, ainda, atividades esportivas para crianças e ioga para idosos.
Bárbara Schoen, estudante, 13 anos

“A Praça precisa, urgente, de reparos. Seu piso está quebrado. Os canteiros, jardins e lago não passam por manutenção periódica. O caramanchão deveria ser limpo e ampliado, assim como feita a manutenção dos bancos quebrados. Apóio a implantação de uma biblioteca e centro digital e, sugiro a realização de atividades físicas para crianças e idosos. A falta de segurança é uma vergonha!”
Nelcimar, técnica de laboratório, 29 anos

“Sempre usufruí do caramanchão aqui da Praça que é um ponto de encontro com os meus amigos. Gosto muito deste local, mas acho que falta uma boa faxina. Estou satisfeito com a Praça Saens Peña como um todo porque ela é diversão garantida para mim e para os meus amigos”.
José Freitas, aposentado, 97 anos

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