segunda-feira, 3 de maio de 2010

Maternidade e Autonomia Psicomotora

A psicomotricista Marina Fabrício e Angelo Gabriel

Desde cedo, a conquista e os limites da autonomia são preocupações das mães durante o processo de criação e preparação dos seus filhos para a vida. O tempo extenso de exposição à televisão e ao computador exige que a ampliação do contato entre mães e filhos seja repensado já que as experiências do brincar, do fantasiar e do jogar são formas utilizadas pela criança para expressar as suas vivências e criar laços emocionais junto aos seus pais. No mundo pós-moderno, as crianças se tornaram um ‘mercado a ser conquistado a todo custo’. Brinquedos são associados a sanduíches; roupas e utensílios da moda adulta são artificialmente ada-ptados para as crianças. Brinquedos dotados de alta tecnologia, que roubam um tempo excessivo das crianças, podem vir a oferecer muito pouco para elas quando ficam sujeitas a única tarefa de apertar botões.
Enquanto tudo isso evolui, no caminho da contramão, convivemos com um número cada vez maior de crianças com déficit de atenção e de suas capacidades psicomotoras, assim como observamos o processo ansioso que tal situação pode gerar nos pais.
Ampliando o conceito psico/motricidade pode ser traduzida pela estreita relação entre corpo e inteligência, movimento e pensamento, promovendo bem-estar físico e mental ao indivíduo. A atividade motora e intelectual (cognitiva) está em constante inter-relação podendo uma influenciar, beneficamente, o desenvolvimento da outra, dentro do tempo próprio de desenvolvimento e maturidade psicomotora de cada criança. Assim, na metodologia do Jardim Escola Tempo de Infância, segundo sua pedagoga Regina Célia Oliveira Colucci, “Buscamos resgatar os jogos tradicionais para o desenvolvimento infantil e, por consequência, para o processo de alfabetização, além de adotar a metodologia própria Tempo de Infância, uma ode à alegria de se aprender brincando, através do movimento e das canções. Por outro lado, sinto que os pais devem acompanhar o processo dos seus filhos, a partir dos 4 anos, não só na hora da leitura das historinhas, mas estimulando-os a participar das pequenas tarefas do dia-a-dia, visando a conquista de sua autonomia psicomotora. Por exemplo, ajudar a família a arrumar a mesa de refeição, brincar de fazer biscoitos, separar grãos de feijão, arrumar gavetas, além de idas a parques e à praia podendo experimentar construir letras e castelos de areia.
A psicomotricista Marina Fabrício, terapeuta do Espaço Cultural Tocando em Você, conveniado ao JETI, escreveu em um de seus artigos, “Autonomia é a capacidade de fazer as coisas independentemente, por si só; distância que um veículo percorre com o combustível na capacidade máxima”. Neste caso, se adaptarmos o termo na psicomotricidade, qual seria a autonomia psicomotora? Como alcançar a autonomia psicomotora? Pensando na questão da independência, logo se pensa em um corpo habilidoso dentro dos padrões pré-estabelecidos pela sociedade, que incorpora a capacidade de ser veloz, ágil, preciso, dentre outros adjetivos que acabam por nos distanciar do fato de que cada indivíduo possui uma potencialidade diferenciada. Ao analisarmos a definição que se refere a ‘um veículo no qual a distância a ser percorrida depende da sua capacidade máxima de combustível’, aí sim podemos associar ao corpo psicomotor e a autonomia psicomotora. Sendo assim, o veículo passa a ser o corpo, instrumento dos movimentos; o combustível seria a quantidade de saberes (o conhecimento) unida às emoções (motivações, interesses, conflitos) que são, particularmente, individuais; e a distância, nada mais é que a jornada pelo desenvolvimento que está de acordo com a busca pelo conhecimento e pela aprendizagem.
Nesse artigo, Marina coloca que esta “distância” que precisa de “combustível máximo” será o diferencial, o que nos faz ser ímpar nas relações que estabelecemos. Para isso, é necessário ter percepção de si mesmo, dos outros, do meio em que se vive, dos objetos com os quais se relaciona e que, por ter cada indivíduo uma capacidade de “combustível” diferencial, a sua autonomia psicomotora será alcançada respeitando o tempo de cada um. O olhar sensível a essa corporeidade, faz com que o professor de classe ou o psicomotricista perceba o momento em que o “veículo com combustível”, sob sua responsabilidade, estará preparado para permanecer nessa jornada. Isso depende, também, da família, dos outros terapeutas, dos amigos e da sociedade. A “autonomia psicomotora” está na “capacidade suficiente” para que a distância seja alcançada com qualidade.

Desfazendo Pré-conceitos

Dimitri Menezes, atuando no espetáculo Inclusivo

Por Rejane Menezes


“Tenho um filho com Síndrome de Asperger, diagnosticada aos 17 anos. Ele é muito feliz! Desde pequenino notávamos que ele era diferente, sempre muito inteligente e sapeca. Quando entrou para a escola éramos chamados, quase toda a semana, para nos inteirarmos dos problemas mais variados. Fui chamada para conversar sobre a sua retenção na segunda série, por exemplo. O tempo foi passando... Ele teve mais duas reprovações e, apesar de querido por todos, muita dificuldade para se relacionar com os amigos da escola. Quando soubemos da sua “deficiência”, evidentemente ficamos arrasados. Não sabíamos o que fazer!Hoje, posso, sem dúvida alguma, dizer que o Espaço Cultural TOCANDO EM VOCÊ, local onde meu filho cursou terapias, fez com que ele, aos 20 anos, passasse no vestibular para Geografia, sem medo de ser discriminado e com consciência das suas necessidades. Agradeço a Deus pela oportunidade de ter conhecido os profissionais do Grupo Educart e, em especial, a Regina Célia, pessoa iluminada e responsável pelo grandioso trabalho que realiza com nossas crianças tão especiais.


Olhe ao seu lado: pessoas, sons, natureza, instrumentos inventados... Fazemos parte da totalidade indivisível, coesa e indissolúvel. Somos filhos da terra e de toda a sua diversidade. Contraditoriamente, somos influenciados pelos padrões impostos pela nossa sociedade capitalista contemporânea, que valoriza a capacidade de autonomia dos indivíduos refletida nos ideais máximos a serem alcançados: produção, consumo e acumulo de riquezas. Assim, muitas vezes, frente às manifestações das várias formas de ‘ser’ são criados movimentos excludentes, nascidos de idéias pré-concebidas a cerca dos considerados “diferentes do modelo social” vigente porque são muito magros, muito altos, gordos, muito inteligentes, muito sensíveis ou, simplesmente, por apresentarem necessidades especiais. Daí, nasce a necessidade de se lutar por uma sociedade cada vez mais inclusiva, a partir do núcleo familiar, a família estendida, da escola à sociedade, através da democratização de informações e formação de novos conceitos.
A partir desta edição, o Jornal Toque de Arte vai mostrar, em forma de glossário, algumas das várias faces do ‘ser’, com enfoque nas áreas de Educação e Terapias.

O que significa?

- Autismo


Alterações na interação social, na comunicação e no comportamento, cujas causas não foram claramente identificadas. O autista possui forma própria de aprender, organizar e processar as informações. Para o aprendizado e consequente desenvolvimento de habilidades, necessita de ambientes estruturados e organizados, pois, normalmente, sente dificuldade em alterar a sua rotina diária.

- Sindrome de Asperger

Trata-se de uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não apresentar retardo global no desenvolvimento cognitivo ou na linguagem do indivíduo. Vernon Smith, por exemplo, Prêmio Nobel de Economia/2002, tinha Aspenger e se tornou professor universitário.
Alguns sintomas: dificuldade de interação social, falta de empatia, interpretação muito literal da linguagem, dificuldade com mudanças, perseveração em comportamentos estereotipados. Alguns estudiosos afirmam que grandes personalidades da história possuíam fortes traços da Síndrome de Asperger, como os físicos Isaac Newton e Albert Einstein, o compositor Mozart, o filósofo Sócrates, o naturalista Charles Darwin, o pintor renascentista Michelangelo, o cineasta Andy Warhol e o enxadrista Bobby Fischer.
O Espaço Cultural Tocando em Você, enquanto Escola de Arte e Centro de Terapias integradas à Arte, tem resgatado histórias de vida e qualificado, profissionalmente, jovens que, hoje, evoluem em direção à conquista diária de sua cidadania inclusiva. Alguns dos resultados positivos da instituição estão disponíveis no YouTube: itvmusica - Concerto Inclusivo e Espetáculo Inclusivo.
Vale a pena entender que somos seres humanos únicos e complexos e que, a vida precisa ser vista sob uma ótica mais ampla, abrindo espaço para o crédito e a superação de limites.


Participe da nossa programação

Orquestra Tocante

AGENDA

MAIO

- 07/5 - 18 horas - Banda da Guarda Municipal, Serenata Tijucana, Show: Rui de Carvalho canta Noel Rosa com o Grupo Samba na Cabeça, Orquestra Tocante do Instituto Tocando em Você e Diretores de Bateria do Salgueiro

Local: Caramanchão da Praça Saens Peña

- 13 e 20/5 – 18 horas - Projeto Encontros com Artes

“Sonhos de um Palhaço”, com a Cia. de Teatro e Dança Inclusiva Tocando em Você

Autor: Marcio Barros, Direção: Júlio Venceslau,

Assistente de Direção: Carla Conká

Local: Teatro de Bolso Thelmo Portela (Rua General Roca, 514/518)

Uma história de amor, respeito e cumplicidade entre os palhaços Querobem e Paçoca, gerando a superação de outros sentimentos, como orgulho e ciúme. A peça foi criada e escrita pelo aluno Márcio Barros, uma montagem que valoriza e estimula o fazer teatral, principalmente de um grupo que se depara, constantemente, com o preconceito e a falta de respeito da sociedade.

- 15/5 – 10 horas - Concerto

Com a Camerata Tocante e cantores convidados

Local: Mosteiro de São Bento, Rua Dom Gerardo 68

- 21/5 – 19 horas - Show: A Arte de Inês Helena

Clássicos da MPB, interpretados pelo violonista Vicente Stevam.

Local: Teatro de Bolso Thelmo Portela (Rua General Roca, 514/518)

- 28/5 – 19 horas - Concertando na Varanda

Apresentações dos alunos e professores do Espaço Cultural e Instituto Tocando em Você.

Local: sacada da sede das instituições (Rua General Roca, 514/518)

Entrada franca

- 29/5 - das 9 às 12 horas - Maratona de música,teatro e dança para comemorar o aniversário do ECTV.

Musicalização, percussão, cordas, teclado e canto. Local: Espaço Cultural Tocando em Você (Rua General Roca, 514/518)

Entrada franca


JUNHO

- 18/6 – 19 horas - Show: A Arte de Inês Helena

Clássicos da MPB, interpretados pelo violonista Vicente Stevam

Local: Teatro de Bolso Thelmo Portela (Rua General Roca, 514/518)

- 16 e 30/6 - Harmonia e Improvisação na Prática de Conjunto

Traga a sua banda para uma prática criativa com diferentes conteúdos musicais - intervalos,escalas,acor-des - para a criação de arranjos coletivos.

Direção musical: prof. Portella

Investimento: R$ 100,00

Local: Rua General Roca 518, Tijuca

Mais informações: (21) 2567-4378

- 19 e 26/6 – Curso intensivo para elaboração de projetos culturais para empresas patrocinadoras, com direito a Certificado emitido pelo ECTV e pelo ICC (Instituto Cultural Cidade Viva)

Direção: Mário Margutti

Local: Espaço Cultural Tocando em Você (Rua General Roca, 518)

Turmas: manhã e tarde - Carga horária: 7 horas Investimento: R$ 90,00 (desconto de 10% para professores, artistas e representantes de ONGs)

Mais informações: (21) 2567- 4378

- 25/6 – 19 horas - Concertando na Varanda

Apresentação dos alunos e professores do ECTV.

Local: Espaço Cultural Tocando em Você (Rua General Roca, 514/518)


JULHO

- 04/7 - 16 horas - Concerto da Orquestra Tocante e Corais do ITV em comemoração aos 10 anos de fundação do Instituto Tocando em Você

Local: Casa Rosa do SESC Tijuca (Rua Barão de Mesquita, 539)


Espetáculo inclusivo Artesãos do Tempo

ACONTECEU

Em novembro de 2009, o espetáculo inclusivo Artesãos do Tempo, cuja produção foi realizada em parceria do Espaço Cultural Tocando em Você com o Instituto Tocando em Você, alcançou sucesso absoluto no teatro do Colégio São José, levando muita gente a momentos de reflexão.

Adriano Giffoni - 30 anos dedicados ao contrabaixo


PERFIL


Tijucano há 18 anos, o cearense Adriano Giffoni é baixista, compositor, arranjador e professor de baixo elétrico e acústico, aqui no Rio de Janeiro. Autor de livros, já participou como professor de várias edições do Curso de Verão de Brasília e do Festival de Itajaí-SC. Também fez workshops e gravou 8 CDs solo de música instrumental brasileira, sendo seu último CD “Encontro das Raças” que inclui no repertório desde jongo até xote. Giffoni já tocou com diversas ‘feras’ da MPB, como: Emílio Santiago, Maria Bethânia, Gal Costa, Tim Maia, Leila Pinheiro, Milton Nascimento, Carlos Lyra, entre outros. E gravou com Ivan Lins, Djavan, Chico Buarque, João Bosco, Luiz Melodia, Cassia Eller, Leila Pinheiro, Maria Bethânia, Nana Caymmi, Simone, Quarteto em Cy, entre outros. Participou de festivais ‘Cover Baixo’ pelo Brasil e é colunista da revista ‘Baixo Brasil’.
Com experiência internacional em shows e workshops já ministrou cursos no Conservatório de Copenhagen, na Dinamarca. Seu trio instrumental é formado por Felipe Poli, na guitarra e Amaro Júnior, na bateria. Atualmente ele está em fase de formação de um quarteto, incluindo sax-flauta. Contato para aulas: giffonibass@gmail.com

Questionário cultural para para a Nova Saens Peña

Participe do novo projeto de revitalização da Praça Saens Peña.
Preencha o cupom abaixo. Entregue no Espaço Cultural Tocando em Você (Rua General Roca, 518 – das 9 às 20 horas), ou envie através do email: tocandoemvoce@educart.com.br

Você pode ganhar 'passe livre’, durante 2 semanas, nos Cursos de Arte do Espaço Cultural Tocando em Você - 22 anos de arte na Tijuca.



Um Multi Evento convida o Tijucano a projetar a nova Saens Peña

Aniversário da tijuca(2007)

Violão, flauta, atores, cantores e artistas do Espaço Cultural Tocando em Você e de outras instuições marcam encontro com a população tijucana, no dia 7 de maio às 18 horas, na Praça Saens Peña, para a realização de um Evento com atrações variadas em homenagem às mães tijucanas. Neste dia, também, será lançado o ‘marco zero’ da comemoração do centenário da Praça que acontecerá em abril de 2011. Você já pode conferir no blog do Jornal Toque de Arte (jornaltoquedearte.blogspot.com), as propostas para revitalização da Saens Peña, sugeridas pelo nosso Jornal, por personalidades do bairro e internautas. Também em abril, o Grupo Educart, fundador do Espaço Cultural Tocando em Você, vizinho à Praça Saens Peña, completa 23 anos de vida. Desde então, os fundadores do Educart – Regina Célia, Simone, Regina Lucia, Gilvan e Murilo – realizam ampla ação cultural no bairro e na cidade do Rio de Janeiro. O Tocando em Você é a primeira Escola de Arte inclusiva do Estado formado, ainda, por Centro de Terapias Integradas à Arte e Produtora Cultural. As ações democráticas realizadas pelo Espaço Cultural levaram à criação, em 2000, do Instituto Tocando em Você que atende todas as comunidades carentes do entorno, cerca de 300 famílias por semana, gerando impacto social e econômico na circulação de, aproximadamente,1.000 pessoas/semana.
As ações culturais ganham os contornos do lugar onde são implantadas e acabam projetando o bairro, a cidade. A Praça Saens Peña deveria ser um pólo irradiador de cultura, afinal recebe pessoas de todos os lugares do Rio que poderiam deixar de ser apenas ‘passantes’ que utilizam o metrô, se transformando em frequentadores do local, ou melhor, em ‘amigos da Praça’. Nós, do Tocando em Você, sempre pensamos nisso, tanto é que, desde 1990, através dos eventos que realizamos, detectamos a carência e necessidade das pessoas em usufruírem de diversão, arte e informação. Obtivemos sucesso com a festa em homenagem ao aniversário da Tijuca, quando revivemos os tempos das charretes e da boa música. Lançamos a Campanha ‘Muda Tijuca’. Realizamos vários concertos com a Orquestra Tocante transformando a Praça em teatro. Ainda, levamos para a Saens Peña, Coral (1999) e o Projeto Alongando a Vida (2005/2006), com seções de alongamento para idosos. Em 2008, criamos, em parceria com a ACIT, o Projeto Pólo Cultural e Gastronômico da Tijuca quando, a partir de pontos como o Restaurante Cardápio de Verão realizamos apresentações musicais para movimentar e mobilizar público na Praça Saens Peña.
Voltando ao assunto mudanças... Dizem que o sonho que se sonha junto se transforma em realidade. Então, vamos dar voz aos frequentadores da Praça, ao Grupo Educart, às personalidades do bairro e aos representantes dos governos locais.
O grupo Educart se posiciona: “A Praça Saens Peña precisa ser ‘re-vista’ sob o olhar inclusivo do século XXI, integrando o lazer criativo ao fazer cultural e tecnológico”, diz Simone Colucci. “Podendo se tornar pólo irradiador da cultura local para jovens, crianças, adultos e terceira idade”, complementa a pedagoga Regina Célia, Diretora Geral do Grupo. Gilvan Melo que, também, é maestro da Orquestra Tocante recorda, “Em 2001, sugerimos à Região Administrativa e à Secretaria Municipal de Assistência Social, a implementação do Projeto Social Ecos da Praça, voltado para um amplo trabalho social com jovens, aliando técnicas de jardinagem e recuperação do mobiliário urbano”. “Em 2002 e, mais tarde, em 2005, sugerimos à Subprefeitura, a instalação de Concha Acústica com palco e teatro de arena na Praça Saens Peña, além de utilização multifuncional de uma arquibancada que seria ora biblioteca, ora centro digital e de informações turísticas, uma unidade de cidadania”, afirma Regina Lucia.
Autoridades e gente do povo, também demonstram o seu amor pela Saens Peña, se mostrando ansiosos por mudanças.

DEPOIMENTOS

“Gostaria de mudar tudo na Praça, só aproveitaria o lago. Estenderia a Saens Peña até a Rua General Roca, no trecho da Rua Conde de Bonfim até a Desembargador Isidro, e a transformaria em uma rua de serviços, como a que fica em frente ao Shopping 45. Reduziria o trânsito pela metade. A ideia seria transformar a Praça em local para pedestres/consumidores. Os dois sinais de travessia, um em frente a Rua das Flores e o outro na Rua Conde de Bonfim com a General Roca passariam a dar mais tempo para a travessia dos pedestres. Também, deveria haver maior fiscalização para impedir que veículos parem na faixa de pedestres. Ainda, deveríamos pensar de forma ecologicamente correta: captando as águas das chuvas para o lago, para a manutenção dos jardins e para os banheiros biológicos; captando energia solar para a iluminação da própria Praça; as calçadas poderiam ser refeitas com materiais oriundos da reciclagem de pneus. Enfim, seria necessário um projeto paisagístico realizado com mão de obra local, vinda das comunidades carentes do entorno que, por sua vez, estaria gerando renda. Para completar, que tal construir uma grande arena para apresentações culturais de qualidade?”
Jaime Miranda,Vice-Presidente da ACIT

“Eu começaria mudando o acesso à Praça, permitindo que ela ficasse mais integrada à população. Retiraria o gradil e realizaria um projeto paisagístico que fosse além dos jardins. Os eventos culturais deveriam acontecer a todo o momento, como forma de agregar e difundir cultura, democratizando a informação”.
Luiz Gustavo Trotta, Subprefeito da Grande Tijuca

“Acredito que a grande lacuna é a falta de convivência morador/Praça. Vemos o pessoal do carteado, mas aos domingos a Saens Peña está vazia. Acho que a Praça, também, oferece pouca sombra, o que impede que as mães levem seus filhos para brincar no parquinho. O chafariz, que já faz parte da paisagem, poderia ganhar glamour com iluminação colorida. Manifestações culturais contínuas poderiam atrair as pessoas que se tornariam frequentadoras da Praça. Os respiradouros e acessos às plataformas. do metrô deveriam ser mais bem cuidados. Enfim, a Praça merece um trabalho de paisagismo, capaz de valorizá-la, atraindo frequentadores assíduos”.
Nelson Aguiar, Administrador Regional da Tijuca

“Há muito tempo a Saens Peña deixou de ter cara-cterísticas de praça. Ela perdeu esse conceito porque o seu espaço passou a não ser mais utilizado como tal. Daí, a primeira coisa que deveria ser feita para o seu resgate seria torná-la, novamente, uma praça, através de um projeto de paisagismo e urbanismo. Algumas ações seriam importantes, como: a retirada do gradil, benfeitorias no jardim e nos bancos, limpeza e manutenção mais ostensiva do lago. O parquinho também deveria ganhar novos brinquedos e árvores capazes de dar sombra para que as crianças passassem a frequentá-lo. Tornar a Saens Peña uma praça significa favorecer o comercio, ganhar um espaço para diversão e difusão cultural, valorizando os imóveis do entorno. A Saens Peña perdeu a sua alma. Isso não pode continuar porque ela é a principal praça de toda a Zona Norte que, por sua vez, representa para o município, um dos maiores percentuais de renda per capita, volume populacional e voto nas urnas”.
Fabio Carvalho, Diretor Executivo do Jornal Grande Tijuca

“Quando se ouve falar em revitalização da Saens Peña, vem logo a discussão sobre a retirada do gradil. Sou radicalmente contra, pois acho que o gradeamento não interfere, de forma negativa, no comercio, ao contrário, as grades até resguardam a Praça. O importante seria a retirada dos camelôs e dos distribuidores de papeis de propaganda. Hoje, é muito difícil andar na Saens Peña, pois você é abordado a cada segundo. Conversando com um chefe de garis, fiquei sabendo que, diariamente, são feitas seis varreduras na Praça, mas isso não adianta porque a equipe acaba de limpar o local e os próprios passantes sujam o chão. Então, vamos sonhar com a melhoria da limpeza contando com o apoio da população, conservação dos jardins e do lago e arborização da praça, afinal praça sem árvore não é praça, mas um deserto”.
Carlos dos Santos, pesquisador

“Gostaria que toda a estrutura física da Praça fosse melhorada. Apóio os projetos sócio-culturais, mas acho que o mais urgente é a questão segurança. Durante os finais de semana, poderiam ser promovidas atividades culturais na Saens Peña que aumentassem a circulação de pessoas e, com isso, ajudassem a diminuir a violência”.
Deise Raposo. técnica de laboratório, 48 anos

“Gostaria que fossem feitas melhorias no piso da Praça que está cheio de buracos. Nos canteiros e jardins poderiam ser plantadas flores. No lago, mais limpeza para acabar com o mau cheiro. Sugiro que, durante os eventos que venham a acontecer, seja oferecido pula-pula para as crianças e ginástica para os idosos. A sensação de segurança na Praça diminui no final de semana, a solução é um aumento do efetivo policial. A realização de eventos poderia ajudar a contornar este problema”.
Monique Felix, estagiária da Previdência Social, 20 anos

“Agora mesmo a Praça e em boa parte das ruas da Tijuca estão sendo recortadas por valas com obras de uma companhia telefônica. O interessante é que a empresa faz a buraqueira toda e depois tapa as valas de qualquer maneira. Essa companhia deveria deixar tudo como encontrou. Um grande problema da Praça é a grande concentração de ônibus, vans e automóveis. A mudança para melhorar a Praça é estrutural e de educação. Deve começar por baixo com mais linhas do metrô para rua Uruguai, Grajaú. Isso abrandaria o caos do trânsito. Multaria os responsáveis pelas panfletagem e quem jogasse papel no chão. (A polícia e guarda municipal vê tudo e nem sequer repreende o infrator – polícia despreparada). Recolocaria os camelôs alojando-os em local mais apropriado. Retiraria as crianças que dormem e vivem no local, inclusive em portas de bancos, realocando-as em abrigos da Prefeitura como em qualquer país civilizado. Proibiria serviços de auto falante em carros de propaganda. Porque na zona sul não é permitido uma série de coisas e tem tratamento especial e a nossa Tijuca não? É assim que o Rio de Janeiro está preparado para receber turistas e realizar jogos intenacionais, quando o Estado e a Prefeitura não conseguem dar tranqüilidade nem a seus moradores?”.
Rui de Carvalho, Designer e Arttista Plástico

“Gostaria de assistir ações de paisagismo, como a melhoria dos jardins da Praça. Também, a manutenção e limpeza do lago. Um maior número de brinquedos para as crianças. O fator segurança é fundamental, assim como as atividades culturais e de lazer para as crianças, uma vez que já existem atividades para idosos.
Sr. Célio, há 8 anos, comerciante na Praça Saens Peña

“Sugiro que as pessoas respeitem mais a praça e parem de sujá-la. Canteiros e jardins podem receber tratamento adequado. Acho que o lago deveria ser limpo e os banhos, dentro dele, proibidos. Os brinquedos do parquinho poderiam ser reformados. Sugiro, ainda, atividades esportivas para crianças e ioga para idosos.
Bárbara Schoen, estudante, 13 anos

“A Praça precisa, urgente, de reparos. Seu piso está quebrado. Os canteiros, jardins e lago não passam por manutenção periódica. O caramanchão deveria ser limpo e ampliado, assim como feita a manutenção dos bancos quebrados. Apóio a implantação de uma biblioteca e centro digital e, sugiro a realização de atividades físicas para crianças e idosos. A falta de segurança é uma vergonha!”
Nelcimar, técnica de laboratório, 29 anos

“Sempre usufruí do caramanchão aqui da Praça que é um ponto de encontro com os meus amigos. Gosto muito deste local, mas acho que falta uma boa faxina. Estou satisfeito com a Praça Saens Peña como um todo porque ela é diversão garantida para mim e para os meus amigos”.
José Freitas, aposentado, 97 anos

Quem ama cuida

Praça Saens Peña

Edição Especial
99 anos da Praça Saens Peña

O menino pega o saco de pipoca e, satisfeito, o atira ao chão. Mais a frente, uma senhora andarilha, ‘acochambrada’ no banco da praça, acorda de uma ‘madrugada mal dormida’. Mas nada disso interrompe a normalidade do dia-a-dia do local: o fluxo dos ônibus e dos passantes, a barulheira provocada pelas buzinas dos veículos, o revoar da passarada neste ‘universo torto e maravilhoso’. Mesmo cercada, por tantos anos de abandono e urbanização massificada, a Praça Saens Peña pode ser resgatada. Imagine, por um momento, as ações positivas por parte daqueles que amam muito a sua família, a sua casa, a sua rua, praça, bairro, cidade, país, enfim, o seu planeta... O amor é o único empreendimento que quanto se mais divide mais se multiplica. É possível construir sonhos e realizar projetos coletivos em prol do desenvolvimento local da Grande Tijuca e arredores. Afinal, as mudanças nascem do descontentamento e da ousadia.

Resgatamos o romance e em 7 de maiofaremos um Evento em homenagem às mães e ao aniversário da Praça Saens Peña que, apesar dos seus 99 anos, guarda lembranças e, ainda, inspira paixões que podem levar a uniões felizes alicerçadas no amor.
Queremos que você participe, enviando propostas para a revitalização da Praça Saens Peña, coração do nosso bairro. Dê asas a imaginação, reivindicando infra-estrutura de serviços, sugerindo atividades.

Para quem aposta em cultura, oferecemos uma agenda de atrações. Na Coluna Perfil, o destaque é o músico Adriano Gifonni. Nas matérias sobre autonomia, maternidade e inclusão, uma constatação derradeira: quem ama cuida! Afinal, o verdadeiro amor materno acompanha e zela vidas inteiras. Num mundo cercado pelo sentimento das relações descartáveis é preciso resgatar o cuidado nos pequenos gestos, ‘maternos gestos’ para com a vida que habita em nós e no outro. Afinal, esta Terra chamada de quarto, sala, quintal, varanda, casa, bairro, cidade, praça, não importa o titulo... Esta Terra é o lugar que habitamos, existimos, trocamos e deixamos nossos rastros no tempo.